Relatividade

O tempo que escorre entre nossos dedos,
Quando tentamos segura-lo em nossas mãos,
Evapora e sai pela janela
Subirá até virar uma nuvem,
E em forma de chuva, jamais voltará
A molhar novamente o mesmo que já o segurou.

Amanhã

Enquanto o petróleo queima
Enquanto o ar é esfumaçado
Enquanto o canhão dispara
Enquanto a lágrima escorre
Enquanto os inocentes sangram
E diluem suas angustias em águas mortas
 
E tudo isso acontece, por enquanto
O mundo aparenta se afundar
Em um abismo sem volta
Enquanto é consumido pela ganância

No entanto
Enquanto tudo isso ocorre
Manifesta-se algo maior

De toda a queima
Surgem as cinzas para um novo começo

De toda a fumaça
Surge a promessa de ressurgir o sol

De todo a arma disparada
Surge à força de um povo, da onde um dia virá a paz

De toda lagrima
Surge o alivio de onde brotará um sorriso

De todo sangue derramado
Surjam lembranças a serem esquecidas, nasce o perdão
Para que antigos inimigos se tornem irmãos

De toda a água
Surge a vida que torna o peso da morte tão pequeno
Perto da capacidade de ter esperança
De ter um amanhã para ser vivido.

Surge o brilho de uma estrela
Que não consegue ser sufocado
Nem pela escuridão mais profunda.

Haverá um amanhã.

Limite

Os limites de nossas capacidades no decorrer da vida.
É o quanto podemos sonhar.
E quanto podemos suportar a dor de um sonho que não se realizará.

Heróis

Um herói não é poderoso

Não voa e não é invencível

Um herói é uma pessoa qualquer

Que foi bem lapidada

Em primeiro lugar

Ele é um altruísta

Que se preocupa mais com os outros

Do que consigo mesmo

Depois ele arranca seu coração

Coloca-o dentro de um cofre

E o joga no oceano mais profundo

Para que seus sentimentos

Não atrapalhem seu julgamento

E por último, mas não menos importante.

Um herói dedica sua vida

A mudar o mundo para melhor

Nem que custe sua vida

Simplificando

Um herói é um ser humano lapidado

Tão bem lapidado e perfeito

Que o humano deve ser retirado.

O topo

Na ultima parada da Terra

Encontram-se os lugares

Mais altos, belos e frios do mundo.

Em que muitos tentaram chegar

E quase ninguém conseguiu

Mas eu conseguirei!

Com coragem e resistência

Serei capaz de testemunhar

A obra perdida

Entre o nada e as nuvens

E a passo pesado

A montanha tira um pouco de mim

E o frio cortante

Tranca meu peito

E trava minhas pernas

Mas apesar de ser perseguido

Pela fraqueza, não irei cair

As paredes de rochas

Que correm de minha visão

E se escondem nas nuvens

Dão um ar de desespero

Mas medo é uma palavra

Que para mim não existe

E pedra por pedra

Vou subindo em ritmo cansado

Mesmo sem sentir minhas mãos

E com a impiedosa tempestade castigando

Eu avanço como se não houvesse limites

E o implacável tempo não tivesse me encontrado

Pouco falta em direção ao fim

Quando passo das nuvens

E da minha vontade prestes a falecer

Eu encontro o topo

O ultimo trecho mais próximo do céu

O lar dos bravos sem temor

Eu me ergo com minha pouca força

Estendo meus braços

E grito para o mundo

Mesmo sabendo que não ouvirão

Eu venci a montanha

E tornei-me imortal.

Plavras

Palavras de apoio

Palavras de desanimo

O quanto uma difere da outra

O quanto ambas tem poder

De fazer ou desfazer

Pessoas que tem a força

De encorajar outras a melhorar tudo

Ou arruinar a cabeça dos mais fracos

Tirando uma das únicas coisas que temos de valor.

Nossas utopias realizáveis ou não

O futuro ou destino que nós queremos

Não é inalcançável, pelo contrario.

Ele esta dentro de cada um

Mas só pode ser real

Quando abrimos portas

Que os trazem ao nosso mundo

Portas que precisam ser erguidas

Pelos que acreditam naquele sonho

Mas os que gritam de fora

Podem perturbar os que escutam de dentro

O canto que precede a vitória

Tornando-a quase inevitável

E os que cantam essa canção

São raros embora precisassem ser todos

E cada um terá sua recompensa

O tranquilo na consciência